A Black Friday 2020, uma das maiores datas para varejistas de todo o Brasil, acontece na próxima sexta-feira, 27 de novembro. Desta vez, porém, o evento enfrenta um grande desafio: a pandemia do coronavírus, que começou no início do ano e impactou severamente a economia brasileira. Em meio ao planejamento, é inevitável que o comércio levante expectativas sobre o desempenho da ação deste ano. 

Parte das preocupações está ligada ao novo normal, que levou muitos consumidores ao e-commerce. O consumo online, que já estava em crescimento, foi intensificado pela crise. Entretanto, muitos negócios não possuem presença em ambiente virtual. Além das lojas virtuais, as compras online também têm sido feitas por meio de outras plataformas, como Instagram, Facebook e também o WhatsApp. Segundo a Ebit Nielsen, empresa global de medição e análise de dados, as vendas online no país cresceram 47% no primeiro semestre, a maior semestral em duas décadas. Por outro lado, uma pesquisa de Abril deste ano mostrou que houve retração de 23,4% nas vendas do comércio varejista.

“A transformação digital passa a ser um imperativo. E vai além da adoção pura e simples de tecnologia. Com a pandemia, a digitalização se acelerou tanto na perspectiva de quem consome, quanto na perspectiva de quem vende. Não dá mais para o varejo ignorar esse processo”, diz Bianca Dramali, professora de pesquisa e comportamento do consumidor da ESPM do Rio de Janeiro.

Parte do crescimento das compras online foi impulsionada por pessoas que não tinham o hábito de comprar online, mas o adquiriram durante a pandemia. “Esses novos consumidores são, em sua maioria, pessoas das classes C e D de todas as idades, que aumentaram em 60% o volume de compras online na quarentena. Muitas vezes sem acesso a crédito, o cartão de débito é o principal meio de pagamento escolhido. Por isso vimos muitos negócios se reestruturarem e se reinventarem nesse período”, afirma Jean Mies, presidente da Adyen América Latina.

 

Como aproveitar a data?

Segundo a Ebit Nielsen, as vendas através online da Black Friday 2020 devem crescer 27% em comparação com a data de 2019. De acordo com dados do Google, 44% das pessoas não enxergam um motivo para comprar em loja física quando se pode comprar online, e 56% preferem fazer suas pesquisas online. Portanto, é hora de intensificar as oportunidades em ambiente virtual. Mesmo quando for anunciado o fim da pandemia, essa prática de compra digital é um caminho sem volta pois passou a ser um hábito do consumidor.

Já a estratégia para lojas físicas devem responder a duas perguntas: “É seguro?” e “Vale a pena?”. Os consumidores, que antes gostavam de frequentar os espaços físicos, agora têm medo de aglomerações – e com toda razão. Esse “medo” precisa ser considerado nos treinamentos dos funcionários e em seguir corretamente os protocolos de segurança de disseminação do vírus.

Nesse sentido, os lojistas devem tornar o processo de compra mais rápido e ágil, fazendo com que o consumidor fique o menor tempo possível dentro do ambiente. A equipe de vendas deve sempre manter a distância mínima de 1 metro do cliente e respeitar os protocolos de higiene. Compras agendadas previamente, por horários, também podem passar mais segurança ao consumidor, e evitar aglomerações.

Para os dois casos, uma estratégia interessante é exibir o preço anterior e enfatizar o quanto o consumidor irá poupar na compra que está prestes a realizar. Isso pode trazer mais segurança e credibilidade no processo. Afinal, com a restrição orçamentária imposta a todos os cidadãos por causa da pandemia, o consumo passou a ser mais consciente e calculado.

As redes sociais devem ser utilizadas para a divulgação das ofertas. Alguns empreendedores já começaram a inovar, realizando ações como o live commerce digital – transmissões rápidas ao vivo mostrando como se usa determinado produto e seu benefício. O conteúdo humanizado e criativo estimula as interações e pode auxiliar o consumidor na decisão pela compra. 

Um aspecto primordial em qualquer estratégia de marketing, seja para ações em ambiente físico ou online, é o autoconhecimento empresarial. Qual é seu tipo de negócio? Como seu cliente está se comportando? Em qual fatia social seus consumidores se encaixam? Essas definições ajudam a direcionar o planejamento para vendas de final de ano.

Fonte: SEBRAE
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