Armando Rovai (*)

A pandemia vem causando danos sem precedentes em todo o planeta. Em especial e com maior intensidade nos países pobres, ditos em desenvolvimento – terminologia politicamente correta que substituiu o que no passado denominávamos países subdesenvolvidos. Tocar neste assunto não é apenas algo que possa interessar aos estudiosos do léxico, mas algo necessário para demonstrar as deficiências endêmicas de nossa sociedade, que foi diametralmente atingida pela Covid-19.

Ficou patente, neste sentido, nossa falta de organização para o enfrentamento de crises sanitárias, em razão da ausência de investimentos por parte de nossas autoridades. Mas nem tudo está perdido. Pelo contrário! Com extremo otimismo desperta, neste momento histórico, a incrível capacidade de nossa população de se reinventar e enfrentar as adversidades.

Somos um povo multirracial, com várias origens e religiões; nos habituamos e nos fortalecemos nas constantes instabilidades da política e da economia. Sempre foi assim. Superaremos a pandemia e tomaremos como lição que encarar as dificuldades, por piores que sejam, é o nosso destino, nossa marca e nossa meta.

Costuma-se dizer que missão dada é missão cumprida. Nossa missão é superar a pandemia. O Circuito das Compras do Centro da Cidade de São Paulo é resiliente, mesmo enfrentando as necessárias e rígidas restrições sanitárias, as quais, infelizmente, levaram à falência estruturas negociais.

No entanto, em poucos meses, teremos uma nova realidade quando a pandemia passar. Por certo não retornaremos à mesma vida, porque a “vida” é dinâmica e deve sempre mudar. Descobrimos um novo mundo: espiritual, social e empresarial; este último puxado pelas inovações tecnológicas (compras pela internet, deliveries e etc).
Essa nova ordem social, econômica e até pessoal demonstra o quanto somos, todos nós, resistentes e que não será dessa vez que nos derrubarão. Oxalá melhores dias! E eles virão! Tenho certeza!

Armando Rovai – Professor da PUC/SP e Mackenzie. Consultor Jurídico da APECC.

Compartilhar.

Comentários estão fechados.