Empresários brasileiros vêm trabalhando para a construção de uma Chinatown na área central de São Paulo. A maior cidade das Américas reúne uma pujante comunidade chinesa, com mais de 250 mil pessoas. O projeto é uma iniciativa do Instituto Sociocultural Brasil-China (Ibrachina) e da Associação dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC).
O planejamento arquitetônico, assinado pela arquiteta sino-brasileira Sophia Lin, faz parte de um plano maior, para a revitalização do centro da cidade. A expectativa é que esteja tudo aprovado até 2024, quando será comemorado o 50º aniversário das relações Brasil-China.
De fato, cidades com Chinatowns ou bairros chineses como Nova York, Los Angeles, San Francisco, Paris, Londres e Buenos Aires comprovam que, além de serem grandes centros de comércio, estes centros atraem milhões de turistas.
A Chinatown paulista envolve a construção de pórticos, a instalação de objetos urbanos com temática chinesa e a criação de um parque sobre o Rio Tamanduteí, próximo à Rua 25 de Março. O objetivo é que a área concentre restaurantes chineses, atividades culturais e esportivas, mercados com produtos chineses e um espaço de paz e convivência. Entre os novos espaços previstos estão um Centro de Desenvolvimento de Tecnologia e Empreendedorismo, um teatro com mil lugares, um museu de história chinesa, um terminal de ônibus turísticos e um centro comercial.
O advogado e empresário Thomas Law, presidente do Ibrachina e conselheiro diretivo da APECC, encabeça o projeto. Ele explica que se trata de algo inovador, que aliará a preservação da tradição milenar chinesa com as tecnologias mais avançadas de smart cities – cidades inteligentes.
“São Paulo é ‘uma cidade do mundo’ e uma Chinatown, como as grandes cidades do mundo têm, seria um legado das relações do Brasil com a China como principal parceiro comercial do país, além de revitalizar uma área degradada da cidade”, ressalta Law.
Ele explica ainda que é necessário estabelecer parcerias público-privadas, incentivar startups que apresentem soluções urbanas e a abertura de programas de aprimoramento da mobilidade urbana, que inclui a instalação de pontos de recarga para carros elétricos.
Assim como a China é um país altamente desenvolvido, onde as tecnologias de smart cities são amplamente utilizadas, a Chinatown paulista se beneficiará da inovação para acelerar a revitalização do centro de São Paulo.
Iniciativas de smart cities para São Paulo podem modernizar a cidade
Como parte dos projetos de modernização da capital, em especial a revitalização da região central, a APECC e o Ibrachina trabalham para que sejam adotadas as tecnologias de smart cities – cidades inteligentes.
Em sintonia com as grandes pautas mundiais, essa transformação das cidades precisa adotar práticas mais sustentáveis e isso também inclui a adaptação das cidades para se tornarem inteligentes de fato.
Ações propositivas
No Brasil os avanços ainda são tímidos na adoção de tecnologias de smart cities, quando comparados a outros países. Contudo, com a rede de 5G que está sendo instalada no país, deve haver um rápido avanço nesse sentido nos próximos anos.
Um dos pilares para isso é a mudança na legislação. O advogado e empresário Thomas Law, presidente do Ibrachina e conselheiro-diretivo da APECC, é secretário-executivo da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento das Smart Cities no Brasil. Ele vem trabalhando ao lado de deputados e senadores para a aprovação de legislações que acelerem a implementação dessas tecnologias, como o Projeto de Lei 976/2021, que Institui a Política Nacional de Cidades Inteligentes (PNCI).
Thomas também participou de reuniões da Comissão de Estudos para a Criação de um Plano de Cidade Inteligente (Smart City) da Câmara Municipal de São Paulo, onde apresentou propostas.
Ao mesmo tempo, APECC e Ibrachina promoveram três edições da Smart City Session em São Paulo, para debate de formas de acelerar a adoção dessas tecnologias. A primeira tratou de sustentabilidade; a segunda, de segurança urbana; e a terceira, de educação.
Melhores práticas mundiais
APECC e Ibrachina participam de grandes eventos sobre smart cities tanto no Brasil quanto no exterior. Buscam, assim, conhecer as melhores práticas mundiais para trazer soluções para São Paulo.
Seus representantes estiveram em feiras mundiais de inovação como a Rise, em Hong Kong; a Gitex Global, em Dubai; e o Web Summit em Lisboa. Participaram ainda de duas edições do Smart City World Congress, em Barcelona, Espanha. Vale destacar que Thomas Law palestrou na Smart City Expo Curitiba, maior feira do tipo no Brasil, que reuniu 10 mil pessoas de 30 nacionalidades na capital paranaense.