Foto de capa: Werther Santana/Estadão Conteúdo
A reabertura dos comércios e serviços em São Paulo na semana passada, após negociação do prefeito Bruno Covas com as associações que representam os setores, provocou aglomerações na capital, em especial na região central. Ruas e lojas ficaram lotadas em diferentes regiões da cidade, enquanto números de infectados e mortos pela COVID-19 continuam a crescer.
Mesmo antes da abertura das lojas, por volta das 11h, já havia filas na porta de determinados estabelecimentos e um fluxo constante nas ruas. No bairro do Brás, a avenida Rangel Pestana, que concentra boa parte das lojas, estava lotada. O fluxo, em determinados momentos, parava por conta do excesso de pessoas, causando aglomerações em vários pontos da avenida. Registros de aglomeração também foram feitos na 25 de Março, no centro.
Nem todas as recomendações foram cumpridas hoje. Em grandes lojas de eletrodomésticos, por exemplo, em cada setor de produtos era permitida apenas uma pessoa. Do lado de fora, longas filas eram formadas. Em outros estabelecimentos, no entanto, não havia controle, e um grande número de pessoas se acumulava dentro das lojas. Outra medida adotada em toda a cidade hoje foi a medição de temperatura. Muitas lojas só permitiram a entrada dos clientes após medição indicar que a pessoa não estava com febre. A regra, no entanto, não foi cumprida por parte considerável dos comércios.
Entretanto, o monitoramento de dados de geolocalização de celulares mostrou que a flexibilização da quarentena não alterou de forma significativa os índices de isolamento social. Mesmo com a reabertura do comércio de rua na capital e de outros estabelecimentos em cidades do interior, o isolamento no estado oscilou entre 47% e 46% nos três primeiros dias da semana e subiu para 48% na quinta-feira (11/.) Os números são praticamente idênticos aos dias úteis da semana anterior, que variaram entre 46% e 48%.
Na cidade de São Paulo, os números se mantiveram em 48% ao longo de toda a semana. O índice é ligeiramente pior do que os dados da última semana, que alternaram entre 50% e 48%. Na última quarta-feira (10/06), Doria prorrogou a quarentena em todo o estado até o dia 28 deste mês.
Regras de funcionamento
A prefeitura só permitiu a abertura desses setores depois que suas entidades representativas assinaram um protocolo de regras que precisarão respeitar, como o horário restrito de funcionamento. As entidades se comprometeram com medidas de distanciamento social, higiene, sanitização de ambientes, orientação dos clientes e funcionários, testagem de colaboradores e medição de temperatura dos clientes. Além do expediente reduzido, o setor precisará oferecer a opção de agendar atendimento. Os trabalhadores com filho pequeno que dependam das creches fechadas terão a opção de trabalhar de casa.