Um levantamento da consultoria GfK mostrou que, em 2022, 57% das pessoas gastaram menos em produtos de primeira necessidade por causa do aumento dos preços. Ao mesmo tempo, 35% optou por uma marca mais barata do mesmo produto. Além disso, 27% dos consumidores optaram por algo de segunda mão ao invés de um produto novo.
Outro dado desse estudo que merece atenção é que 85% dos consumidores decidiram economizar no último ano. Além disso, 48% esperaram o produto entrar em promoção para fazer a compra. Ou seja, no mundo todo as promoções foram responsáveis por movimentar o varejo.
Fernando Baialuna, diretor de Consultoria e Varejo da GfK para América Latina, disse ao site Ecommerce Brasil que “No começo de 2023 observamos esse mesmo comportamento, já que os consumidores continuam a se sentir pressionados a reduzir seus orçamentos”,
Comparação de preços
A tendência de diminuição nos gastos é mundial. O Fundo Monetário Internacional prevê tendência de estagnação da economia em 2023, em parte por causa da guerra da Ucrânia. Por disso, a disponibilidade de promoções será essencial para impulsionar o volume dos varejistas.
Um estudo da Kantar Worldpanel mostra que o Brasil está entre os países que mais geraram valor com ofertas especiais (40,1%). Os dados da pesquisa confirmam que o brasileiro procura uma promoção na hora das compras. Cerca de 80% dos consumidores afirmam que compraram itens por identificarem uma promoção. Outros fatores para a escolha de uma loja estão a confiança no lojista, a qualidade dos produtos, a limpeza/ordem e a facilidade de acesso.
Some-se a isso o fato de os consumidores continuarem a adaptar seu comportamento de compra. As promoções personalizadas, que levam em consideração o perfil e o histórico de compra do cliente, continuam crescendo, graças aos anúncios online de grande alcance. Somente na Europa, identificou-se um forte aumento desse modelo de oferta, que influenciou 16% das decisões de compra. Ainda não há levantamentos do tipo no Brasil.
Por aqui, os varejistas estão optando cada vez mais em apresentar promoções pelos meios digitais. A 4ª edição da pesquisa Pulso dos Pequenos Negócios, feita pelo Sebrae em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi divulgada este mês. Ela mostra que 75% das pequenas empresas utilizam a internet, aplicativos de mensagens e redes sociais para fazer negócios.
A internet é o principal “termômetro” no cenário do comércio no país. O “Relatório Varejo 2023”, realizado pela Adyen, constatou que, no Brasil, a grande maioria dos clientes (92%) dedica tempo para pesquisar online as melhores ofertas. Além disso, 53% dos consumidores entrevistados afirmam comparar diferentes lojas até encontrarem os melhores preços.