Como toda grande metrópole mundial, São Paulo tem grandes problemas, que não são facilmente solucionados. É preciso um esforço conjugado do poder público, com ações estratégicas e legislação apropriada, e da iniciativa privada, que terá estímulos para fazer novos investimentos ao identificar que isso lhe trará retorno, além do suporte da academia, com pesquisas, dados e estudos.
Existem cases de sucesso conhecidos, como o de Nova York, que na década de 1990 mudou drasticamente o cenário da Times Square, uma de suas regiões mais conhecidas. Oferecendo mais segurança ao morador da cidade e aos turistas, conseguiram atrair mais negócios e dar uma “cara nova” a uma região que sofria degradações a olhos vistos.
Buscando colaborar com iniciativas que promovam a revitalização da área central de São Paulo, a Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC) contratou o Instituto de Pesquisa Orbis para realizar um levantamento. O objetivo é identificar a percepção da população sobre o Centro e quais são os elementos motivadores para visitar a região central, seja para compras, turismo ou lazer.
A APECC vem trabalhando junto às autoridades para que sejam realizadas obras estruturais e melhorias na segurança e limpeza da região central. Também apresentou, em parceria com o Instituto Sociocultural Brasil China (Ibrachina), o projeto urbanístico de uma Chinatown, que possibilitará fazer do Centro uma área mais sustentável, com atrativos turísticos e opções variadas de lazer.
Principais problemas identificados e soluções apontadas
Durante quatro meses (junho a outubro de 2022) foram ouvidas 10.786 pessoas que residem em São Paulo, de ambos os sexos, de diferentes profissões, faixas de idade e de renda. A margem de erro das pesquisas é de 2%, com 95% de confiança.
A pesquisa qualitativa e quantitativa trabalhou com dados tanto de quem mora ou trabalha próximo ao Centro quanto dos que vivem em outras regiões da capital e não costumam dirigir-se à região. O mapa abaixo mostra como foram estabelecidas as cotas populacionais por subprefeituras.
A Orbis trabalhou com um questionário que continha perguntas como “Qual é o maior problema da cidade no dia de hoje?”. A maioria (49.4%) acredita ser a “segurança”. Outras respostas que relacionam-se diretamente com o objetivo da enquete foram “zeladoria” (7,4%), “transporte público” (6,8 %), meio ambiente (3%) e bem-estar social (2,8%)
Para a melhoria da segurança, as principais soluções apontadas foram “aumento do efetivo da guarda municipal” (43,8%), “acolhimento e retirada de moradores de rua dependentes químicos das ruas” (41%), “mais câmeras de monitoramento pela cidade” (13,5%) e “melhorar a iluminação pública” (1,7%).
Ao serem questionadas sobre se frequentam o Centro “para atividades de Compras, Tomada de Serviços e ou Lazer”, menos da metade (47,8%) disseram que sim e os outros 52,2% que não.
No quesito ações que os incentivariam a frequentar mais o Centro da Cidade, o tópico segurança voltou a ter destaque. “Acabar com os casos de roubo ou furto”, com 58.9%, foi apontado como a principal ação. Em seguida, vieram “diminuição ou retirada da população de rua” (25%), “mais opções de lazer” (9%), “mais opções de lojas e serviços” (4%) e “mais bares e restaurantes noturnos” (1,5%).
Isso revela o que os paulistanos estão buscando. Diante das opções de atividades que gostariam de frequentar no Centro da Cidade, as principais respostas foram: “lazer” (40%), “compras” (20%) e “serviços” (12%).
Entre os entrevistados que são empreendedores ou profissionais autônomos, a maioria (68,7%) disse que não considera a possibilidade de investir ou exercer sua atividade profissional na região Central da Cidade.
O estudo foi apresentado pela Orbis ao Ibrachina Smart City Council, que avaliará seus dados para orientar futuras ações e projetos que serão propostos em conjunto com o poder público. Acompanhe os trabalhos nas redes sociais do Ibrachina: <a href=”https://www.instagram.com/ibrachinaoficial/”>@ibrachinaoficial.</a>