Uma pesquisa do Sebrae com a Fundação Getúlio Vargas – FGV mostra que as empreendedoras foram mais ágeis na hora de implementar inovações a seus negócios para driblar os efeitos negativos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus. O levantamento foi feito com pequenos negócios fundados por homens e mulheres, entre os dias 27 e 31 de agosto. Cerca de 71% das mulheres inovaram durante os dias de isolamento para manter as vendas – entre os homens, esse índice ficou em 63%. Com a mudança repentina do modo de trabalho, a criatividade e a inovação precisaram ser exploradas.
A vantagem feminina também permanece quando analisado o uso de delivery e as mudanças feitas nos produtos e serviços das empresas. As entregas foram implementadas em 19% dos negócios administrados por mulheres e 14% nos dos homens. Em relação à inovação, 11% das empreendedoras disseram ter inovado em seus negócios durante a crise, enquanto somente 7% dos homens declararam ter feito alguma mudança nesse sentido.
Na visão da especialista em empreendedorismo Juliana Guimarães, as mulheres se destacarem em qualidade e inovação já não é mais questão de representatividade. “Existem motivos para uma mulher chegar a altos cargos de chefia. Ela mostra eficiência e traz resultados reais para a empresa, tanto em inovação quanto em faturamento”, frisou. “E esse é o fio condutor do nosso trabalho, pois, além das questões de trabalho, temos casa e família. E essa sobrecarga ficou evidente durante a pandemia”, emendou a especialista.
E motivos não faltam. Dados divulgados pela consultoria estratégica Boston Consulting Group – BCG mostram que startups fundadas por mulheres apresentam um retorno maior de 100% quando comparadas com as chefiadas por homens. “O mercado possui uma diferença de equidade absurda. As mulheres testam e avaliam as coisas justamente por existir uma competitividade maior. O que eu posso falar é que se você quer ter uma empresa mais inovadora, com faturamento maior nesse ramo e que possa gerar maior sustentabilidade no mercado, é preciso trazer diversidade para o quadro da alta gestão”, explicou Juliana Guimarães.