A dificuldade no acesso de linhas emergenciais do governo e os altos juros cobrados no mercado de crédito tradicional têm preocupado empresários de pequenos negócios. Sem perspectiva de faturamento no curto prazo, empreendedores diminuem o tamanho de suas empresas e colocam seus comércios à venda na tentativa de honrar compromissos com funcionários, fornecedores e até quitar dívidas anteriores.
Os últimos dados do Banco Central apontam que o saldo de crédito voltado para pessoas jurídicas aumentou cerca de R$ 30 bilhões (0,2%) entre março e maio, para R$ 1,566 trilhão. As concessões, no entanto, não acompanham o pequeno movimento de alta. O montante total cedido às pessoas jurídicas caiu 36,2% na mesma relação, de R$ 224,8 bilhões para R$ 143,4 bilhões.
O assessor econômico da FecomercioSP, André Sacconato, diz que primeiros três meses foram praticamente nulos em relação à concessão de crédito às empresas, o que começou a mudar somente em junho, com os aportes do governo no fundo garantidor do Pronampe. Para ele, com o risco de inadimplência maior, era natural que os bancos segurassem as concessões de crédito. Era necessário, portanto, que o governo atuasse, especialmente para atender as micro e pequenas empresas. Sacconato também afirma que os bancos passaram exigir imóveis como garantia desses empréstimos. Nos setores de comércio e serviços, porém, é incomum as empresas serem proprietárias dos imóveis que ocupam. “O governo tem obrigação de liberar [recursos que garantam os empréstimos] porque as empresas foram obrigadas a fechar devido à pandemia”, diz. “O pequeno e médio, quando o banco oferecia crédito, era um linha própria, com risco altíssimo e juros de 6%, 8% ao mês.”
Fonte: Folha de S. Paulo
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