O varejo de proximidade é uma tendência no Comércio brasileiro. Sinônimo, o termo “varejo de vizinhança” é usado para descrever um estabelecimento com porte estrutural menor, que oferece várias opções de mercadorias, não restrito a comida e a bebidas industrializadas.

Eles se multiplicam no comércio popular de São Paulo, por exemplo. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP)  o mercado de trabalho no País tem se beneficiado dessa realidade. Um estudo realizado pela Entidade mostra que, em 40 meses, a variação do estoque de empregos nos segmento “varejos de vizinhança” foi o triplo da taxa geral registrada por todo o comércio varejista no período.

O levantamento da FecomercioSP usou números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), mostrando que o varejo nacional obteve um aumento porcentual no estoque de postos de trabalho de 12,1%, entre dezembro de 2020 e abril de 2024.

No mesmo intervalo de tempo, o mercado de trabalho do varejo de mercadorias ou lojas de conveniência apresentou um salto de 43,7%, segundo o Caged.. O porcentual é mais que o triplo da taxa geral do varejo nacional.

Localização estratégica e praticidade

O varejo de vizinhança muitas vezes é uma boa opção para quem precisa comprar um produto no caminho de casa até o trabalho e não quer perder tempo com grandes deslocamentos.

O desafio de manter grandes estabelecimentos ajuda a explicar o sucesso desse tipo de negócio. Empreendedores que optam por lojas maiores precisam arcar com despesas de aluguel, além de custeio e operacionalização elevados. Isso sem mencionar a dificuldade de encontrar terrenos em que possam se instalar. O resultado é a migração para esse varejo de comodidade, em modelos compactos e com localização facilitada.

Embora o avanço dessa modalidade de comércio já fosse conhecida, a pandemia foi um fator determinante para a acelerar os seus efeitos. A transformação social ocorrida no período, frente à redução da mobilidade de consumidores e aos avanços do home office e do trabalho híbrido, levou o Comércio, principalmente dos grandes centros, a se ajustar a essa nova realidade, na qual os consumidores buscam mais praticidade, menos custos com deslocamento e agilidade nas atividades.

A pesquisa da FecomercioSP também apontou que os pequenos estabelecimentos varejistas — que, em média, empregam até 9 trabalhadores — contribuem com o mercado de trabalho numa proporção ainda maior em atividades do varejo de proximidade que a média geral do varejo. Estatisticamente, os segmentos com menores estoques de empregos são mais suscetíveis a maiores variações porcentuais.

Embora esse tipo de negócio esteja alinhado com as mudanças de hábitos dos consumidores, a FecomercioSP ressalta que também há desafios operacionais, em especial no longo prazo. Ainda que essas lojas trabalhem com margens menos apertadas, convivem com um tíquete médio menor em relação aos negócios maiores, trazendo o desafio para os empreendedores sustentarem também um maior giro de clientes.

 

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