Mantendo a melhora iniciada em 2017, a tendência de recuperação do comércio ficou consolidada após o desempenho do primeiro trimestre de 2018. Segundo a FecomercioSP, o Índice de Expansão do Comércio (IEC), obtido com exclusividade pelo DCI, atingiu 100,1 pontos em março, patamar 22,7% superior ao visto no mesmo mês de 2017.

Ainda muito próximo de 100 pontos – linha que separa o interesse e o desinteresse em expandir o negócio –, o indicador só não foi melhor pelo nível de propensão de novos investimentos, que ficou em 84,2 pontos, resultado 1,4% inferior ao mês anterior, mas 33,5% maior que o observado no mesmo mês do ano passado. Isso, contudo, deve ser revertido em breve.

A projeção da FecomercioSP é que o nível de investimento das empresas tenha um aumento entre 10 pontos percentuais (p.p) e 20 p.p em relação o patamar atual, até o final deste ano, caso o cenário econômico seja mantido.

Segundo o assessor econômico da FecomercioSP, Fábio Pina, é natural que os investimentos em expansão do espaço físico demorem um pouco mais para ocorrer, devido ao nível de ociosidade já alto. Mas a tendência é que assim como as contratações, estes aportes retomem níveis otimistas.

“O ambiente macroeconômico está dado. Não é perfeito e ainda há muito o que fazer, mas a situação fiscal está melhor que há dois anos ou há um ano, assim como a inflação. O ambiente econômico está bem encaminhado”, diz.

Com desempenho mais acelerado, o indicador que mede as expectativas dos empresários para a contratação de funcionários – que já havia ultrapassado a barreira de 100 pontos no último trimestre de 2016 – chegou a 115,9 pontos em março, 16% a mais do visto em março de 2017.

“Até o período de eleições haverá uma volatilidade maior. Não será uma retomada linear, mas na média devemos ver uma melhora. Não acreditamos que vá surgir um grande problema”, sinaliza Pina ao enfatizar que o único fator que poderia alterar as projeções é o cenário político.

De acordo com ele, para considerar que os empresários do comércio estão em um ambiente de otimismo generalizado é importante ter um aumento que ultrapasse os 110 pontos. “Não é uma ciência exata, mas nesse nível teremos um otimismo mais evidente.”

Após a forte queda das taxas de emprego de 2014 a 2016, ele acredita que a propensão de contratação não será suficiente para recuperar o número de vagas perdidas no ano. “Achamos que serão abertas mais de um milhão de vagas no Brasil, algo excelente. Mas ainda são necessários alguns anos para recuperar o que foi perdido.”

Confiança

Em linha com o observado na região metropolitana de São Paulo, o Índice de Confiança do Comércio (Icom) da Fundação Getulio Vargas (FGV), calculado em âmbito nacional, também apontou para projeções positivas.

O indicador, que mede a confiança em março avançou 1,3 ponto, atingindo 96,8 pontos, a sétima alta consecutiva e maior nível desde abril de 2014. O Icom apresentou alta em sete dos treze segmentos pesquisados e foi alavancado, sobretudo, pelo Índice de Expectativas (IE-COM), que teve alta de 1,8 ponto atingindo 100,2. Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) chegou a 93,5 pontos, alta de 0,7 ponto no mês. Este foi o melhor resultado desde junho de 2014.

Em março houve uma redução na diferença entre expectativas e a situação atual. Em médias móveis trimestrais, o ISA subiu 2,6 pontos, enquanto o IE, mostrou redução de 1,4 ponto, confirmando a calibragem dos empresários. A diferença entre os dois índices no período chegou a 8,9 pontos, registrando o menor valor desde fevereiro de 2016.

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