O comércio popular do Brasil tem na China a principal origem de importações para o Carnaval e outras festas. No ano passado, as compras de material de fábricas chinesas atingiu o recorde de volume importado na última década.

A BBC News Brasil fez o levantamento com base em dados abertos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).  Da China vem 95% do volume de itens de festas. Porém, os dados disponíveis não permitem o recorte apenas para o Carnaval. Estiam-se que o número não seja muito diferente disso. Para efeitos de comparação, em 2015, esse percentual era de 88%, aponta no sistema do MDIC.

Em  2024 tivemos o maior volume importado da China nesse segmento, com 20,7 mil toneladas, um aumento de 29% em relação a 2023. Devido ao tempo que as importações demoram para vir de navio desde a China, as importações para o Carnaval costumam acontecer no ano anterior à festa.

Ainda segundo a BBC, no Centro de São Paulo, em especial na região da rua 25 de março, a grande maioria de produtos como fantasias, perucas, maquiagem e adereços trazem o registro “Made in China”. De fato, há anos a Lojas do Circuito das Compras se especializaram em produtos de maior festa popular do país

Um dos lojistas entrevistados pela BBC, Pierre Sfeir, explicou que costuma ir todo ano à China para conhecer e encomendar produtos para o Carnaval e outras festas.

Assim como outros empresários brasileiros, ele normalmente vai para o país asiático conhecer as novidades na cidade de Yiwu e na Feira de Cantão, em Guangzhou.

Os dois lugares são conhecidos pela exposição e venda em larga escala de produtos para festas, como Halloween, que tem vários aspectos em comum com o Carnaval.

“Você vai lá, faz pedidos e enche um contêiner. Tem que ter uma agente chinesa que fale português ou inglês, que vai te levar nos lugares e fazer as notas [dos produtos]” conta Sfeir.

Monica Gomes, gerente da loja Fantasias Radicais, conta que, além de vender para todos os Estados do Brasil, atende clientes de países como Argentina e Paraguai, que negociam com lojas da 25 de Março e região.

Apesar do valor gasto com transporte de navio e processo de importação, os lojistas do Circuito das Compras têm condições de trazer os produtos mais recentes, com preços competitivos.

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