O Governo de São Paulo anunciou nesta quinta-feira (11) novas medidas, dessa vez mais restritivas, para tentar frear o avanço da Covid-19 no estado. Além de só permitir o funcionamento de serviços essenciais (como farmácias, supermercados e postos de gasolina), o estado determinou, pela primeira vez, um toque de recolher. 

A partir da segunda-feira (15), fica proibido circular nas ruas em todo o estado, das 20:00 às 5:00 sem que haja um motivo justificável, como voltar do trabalho ou ir a um atendimento médico urgente, por exemplo. A chamada “fase emergencial” tem duração de, pelo menos, duas semanas, se estendendo até o dia 30 de março.

As mudanças não param por aí. Ficam suspensas as atividades presenciais nas escolas estaduais e estão proibidos os cultos religiosos e jogos de futebol. O governo instaurou ainda a obrigatoriedade do trabalho remoto (home office) para todos os serviços administrativos. 

As restrições envolvem outros setores que até então eram considerados essenciais. Lojas de materiais de construção, por exemplo, ficam proibidas de abrir. Outra alteração é a retirada de alimentos em restaurantes, que passa a ser proibida. A modalidade delivery está permitida, e a de drive-thru somente das 5:00 às 20:00. As praias e parques ficam fechados.

Como ficam os trabalhadores e o comércio de SP

Para Ademir de Moraes, presidente da Associação Paulista dos Empreendedores do Circuito das Compras (APECC), este, sem dúvida, é o pior cenário que a população poderia esperar, principalmente no que diz respeito aos proprietários de estabelecimentos comerciais, empreendedores, empresários e trabalhadores destes setores em São Paulo.

 “Temos que pensar que muitas empresas não vão sobreviver sem programas de amparo econômico. Empresas e trabalhadores paulistas precisam respirar. É desses empregos que saem o sustento, e a comida, de milhares de pessoas”, afirmou o presidente..

A APECC estima que o Circuito das Compras, composto pelas regiões do Bom Retiro, Brás, Pari e 25 de Março, principal polo de comércio popular em São Paulo, poderá ter uma perda média de R$ 1,2 bilhão neste período de restrições.

De acordo com Jean Gorinchteyn, secretário estadual da Saúde, os hospitais estão chegando no limite máximo de ocupação. “Esse é o momento mais difícil da pandemia no nosso estado. A taxa de ocupação de leitos de UTI está em 87%, uma das mais altas já registradas”, disse em entrevista.

 

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