Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta segunda-feira (04), apontam que serviços e comércio apresentam sinais de melhora com a reabertura de atividades.

Contudo, analistas destacam que é um cenário de retomada desigual, com alguns setores demorando mais para voltar ao ritmo considerado normal.

Conforme o IBGE, o volume do setor de serviços, aquele que mais sofreu com as restrições na fase inicial da crise, teve alta de 1,1% em julho frente a junho. Foi a quarta taxa positiva consecutiva. Sendo o maior empregador do Brasil, o segmento de serviços ficou 3,9% acima do nível pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020.

Isso deve ser o suficiente para que o setor de serviços como um todo consiga puxar o desempenho da economia até o final do ano, pois as restrições menores à circulação de clientes tendem a favorecer os chamados “serviços prestados às famílias”. Entram nessa categoria atividades que sofreram muito na fase inicial da pandemia —como bares, restaurantes e hotéis— e que vislumbram uma possibilidade de melhora graças ao avanço da vacinação contra a Covid-19.

Em julho, esses serviços às famílias ainda estavam 23,2% abaixo do patamar pré-crise, aponta o IBGE. Permanece sendo a única das cinco atividades de serviços que ainda não superou o nível pré-pandemia, mas essa diferença vem caindo de acordo com os últimos dados.

“Estamos em um momento mais positivo para o setor de serviços”, explicou o economista Fabio Bentes, da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) ao jornal Folha de São Paulo. “É impossível dissociar esse momento da diminuição do isolamento social. A circulação de pessoas vem aumentando. Com isso, o setor tende a apresentar números melhores até o final do ano.”

A exemplo de serviços, o comércio também opera acima do pré-crise, segundo o IBGE. As vendas do varejo subiram 1,2% em julho, quarto mês consecutivo de alta. Assim, o setor ficou em patamar 5,9% superior ao de fevereiro de 2020.

Outro destaque no comércio é para o ramo de artigos de uso pessoal e doméstico, incluindo lojas de departamentos, esportivas e joalherias, entre outras. Em julho, estava 34,4% acima do pré-crise.

As atividades comerciais mais distantes do nível anterior à crise são as do segmento de livros, jornais, revistas e papelaria e o de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação. Elas estavam 35,7% e 8,9% abaixo, respectivamente.

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