O costume de estabelecer um “marco zero” nas cidades é antigo. Era uma forma encontrada pelos primeiros habitantes de um local para assinalar o “ponto de origem” da cidade, geralmente em um local com significado histórico ou geográfico.

Na cidade de São Paulo o “marco zero” fica na Praça da Sé, em frente à Catedral. Conforme os registros históricos, foi planejado em 1921, quando o local ainda era conhecido popularmente como “Largo da Catedral” . Ele viria para substituir o primeiro marco da cidade, que ficava em frente à primeira Igreja da Sé, onde hoje encontra-se a rua Venceslau Brás.

O monumento que pode ser visitado na Sé foi inaugurado em 18 de setembro de 1934, com projeto de Américo Netto, então diretor da Associação Paulista de Boas Estradas. Encravado no coração da capital, seu objetivo original era marcar as distâncias das rodovias paulistas e dos quatro estados que fazem fronteira com o Estado.

O prisma hexagonal fica no centro de uma rosa dos ventos. Foi construído com mármore paulista sobre uma base em granito. As laterais apontam as direções para 6 importantes pontos para o estado de São Paulo.

Foto: Denis Rizzoli/Creative Commons

Cada face possui uma ilustração que caracteriza a região mostrada. Elas foram feitas pelo desenhista francês Jean Gabriel Villin.

Na direção sudeste, a cidade de Santos é representada por um navio a vapor. O Estado do Paraná, face voltada para o sul, é simbolizado por uma araucária. Uma bananeira e o Pão de Açúcar ilustram o Rio de Janeiro, na direção nordeste. Já para Minas Gerais, no rumo do norte, usou-se equipamento de mineração. Por sua vez, no lado de Goiás, que aponta para o noroeste, é estampado com uma bateia usada no garimpo. Por fim, para mostrar o Mato Grosso, na direção sudoeste, usou-se as indumentárias dos bandeirantes.

Foto: Denis Rizzoli/Creative Commons

A “tampa’ do monumento é uma placa de bronze com o desenho de um pequeno mapa da cidade de São Paulo. Foi uma  oferta do Touring Club do Brasil, colocada sobre o totem em 1934. Nele, é possível identificar as avenidas Celso Garcia, Paulista e São João, além de marcos da cidade, como o Museu do Ipiranga e a Faculdade de Medicina.

Foto: Isabella T/Creative Commons

Outra função do monumento é estabelecer o início das medições de distâncias das placas toponímicas paulistanas. Por isso, as numerações das ruas da cidade são menores no seu ponto mais próximo ao centro e ficam mais distantes à medida que se afastam dele.

Por exemplo, se alguém procurar o número 100 da avenida São João, identificará que o 100 está no ponto mais próximo ao centro e não no outro lado, na região da Barra Funda.

Em 2007, o Marco Zero foi tombado como patrimônio histórico da cidade e continua atraindo turistas que passam pela região do Circuito das Compras no centro histórico.

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